O que é Hipnose e como funciona?

"Hipnose é um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. Constituíndo a mais direta forma de acesso ao subconsciente, permitindo resultados mais rápidos e definitivos na resolução de problemas comportamentais"

Toda tentativa de definir hipnose passa por um problema fundamental: ninguém sabe de que se trata! Eis aqui um daqueles fenômenos naturais incompreensível, misterioso e em alguns casos assustador.

Fazendo um paralelo com a energia elétrica, não conhecemos o que ela é na essência, mas à medida que ela foi sendo estudada pode ser colocada a serviço da humanidade.

Segundo Bauer, Sofia. Manual de Hipnoterapia Ericksoniana. 2a. ed. Rio de Janeiro, Wak Editora, 2013. PAG. 17

"Hipnose é um estado alternativo de consciência ampliada, onde o sujeito permanece acordado todo o tempo, experimentando sensações, sentimentos, talvez tendo imagens, regressões, anestesia, analgesias e outros fenômenos hipnóticos enquanto entra neste estado.

Você fica mais interno, mais focado, mais acordado. Durante o transe, você vai se desligando das percepções e tem uma grande atividade interna, sem perder seu estado de alerta."

transe hipnótico
transe hipnótico

Desde quando existe a Hipnose?

Sempre foi e é utilizada como ferramenta de cura, coletiva ou individual, especialmente em perturbações mentais e orgânicas.

​A hipnose ao longo da história foi interpretada de acordo com os mitos, a magia ou a religião, depois foi entendida pela filosofia, e hoje é estudada pela ciência moderna.

As práticas religiosas ou curativas ao longo dos tempos usaram técnicas e métodos que hoje são definidos como indução hipnótica. Na Índia, Caldeia, Egito e Grécia Antiga, sacerdotes, magistrados e médicos, praticavam cultos e sacrifícios religiosos, cercados de transes, com objetivo de alcançar favores divinos, curas para as doenças, agradecer os favores e aplacar a ira dos deuses.

A prática da hipnose era cercada de mistérios, transes inexplicáveis, cheios de crendices, superstições, rezas, pinturas e máscaras, gestos, músicas, cantos, danças, vestes, adornos e elementos culturais de elevado valor simbólico donde emanava a força hipnótica, induzindo a transes e êxtases.

Os fenômenos de hipnose já eram conhecidos na velha civilização da Babilônia, na Grécia e Roma antigas.

No Egito existiam os "templos dos sonhos", onde se aplicavam aos clientes sugestões terapêuticas enquanto dormem. Um papiro de três mil anos contém instruções técnicas semelhantes às que encontramos nos métodos contemporâneos.

Hipnose no antigo Egito
Hipnose no antigo Egito

Nas paredes dos monumentos Egípcios existem diversas figuras documentando o uso da hipnose. Inúmeras gravuras daquela época mostram sacerdotes-médicos colocando em transe hipnótico clientes. Os gregos realizavam peregrinações a Epidaurus, onde se encontrava o Deus da medicina, Esculápio. Ali, os peregrinos eram submetidos à hipnose pelos sacerdotes, os quais invocavam alucinatoriamente a presença de sua divindade e indicar os possíveis expedientes de cura.

hipnose na antiguidade
hipnose na antiguidade

Os oráculos e as sibilas articulavam suas profecias sob transe auto-hipnótico. Pela auto-hipnose se explica também a anestesia dos mártires, que se submetiam as maiores torturas, sem dar o menor sinal de sofrimento.

​Dentre os grandes homens, sábios, líderes religiosos e filósofos, que se dedicaram ao hipnotismo, figura Avicena, no século X; Paracelso no século XVI.

Na idade média Richard Middletown elaborou um tratado sobre os fenômenos que mais tarde seriam chamados hipnóticos.

O Oriente mantém até hoje uma ininterrupta prática hipnótica, os métodos Iogas são um exemplo disso. Em muitas tradições orientais a hipnose vem sendo exercida faz milênios, ainda que com ênfase religiosa, não se sabendo ao certo até que ponto sua verdadeira natureza ali está sendo conhecida.

Hipnose e ciência

O que os antigos praticavam como Hipnose?

Os primeiros filósofos gregos levantam a hipótese de que as explicações do mundo e das experiências humanas estariam no próprio mundo e não fora dele como afirmavam os pensadores que os precederam.

​Hoje, sabemos que "Nada se manifesta no mundo material (ou exterior) se não foi manifestado previamente no mundo interior (a mente)". Isto não descontrói o mito, visto que ele faz parte da sociedade atual e se manifesta pelo imaginário coletivo, criando crenças, superstições e fantasias.

A hipnose, atendendo as causas naturais se manteve como fenômeno psíquico e fisiológica na mesma essência, embora as técnicas apresentem uma evidente evolução histórica, nada mudou neste processo natural.

A ciência foi passando do mecanicismo ao holístico a respeito do ser humano, hoje sabemos que tudo está inter-relacionado, e o ser humano integrado nesta realidade. O organismo é um todo maior que a soma das partes, há uma união entre todas as partes do corpo humano, que cria um funcionamento único, obedecendo a fatores mentais e emocionais que regulam a saúde física por meio de um sistema de conexões neuronais, hormonais e imunológicas interdependentes através do corpo.

Corpo e mente são mesma coisa, não existe essa tal de separação proposta pela ciência mecanicista, sendo esse conceito hoje superado.​

A vida é essencialmente dinâmica e o corpo-mente do ser humano não foge desta regra. O conhecimento do universo interior do homem está agora nos seus estágios iniciais, e essa busca deve ser orientada na consciência humana e em como ela se sustenta.

Historicamente o Hipnotismo está visto como algo mágico, uma coisa que chegava de fora para dentro. E a ciência do positivismo científico (A. Comte) não conseguia verificar, observar e experimentar em laboratório, pelo qual durante séculos não foi considerada como ciência.

A visão reducionista da ciência não lhe permite fazer a verificação dos fatos, igualmente não conseguimos medir sentimentos e emoções, mas eles existem. Por tanto podemos concluir que a hipnose é real, científica e verdadeira.

A ciência tem confundido sempre a vida com seus elementos constituintes, o conjunto apresenta propriedades que não se encontram nos seus componentes individuais.

Os processos hipnóticos não podem ser medidos ou quantificados pela ciência oficial, mas os resultados da hipnose com a cura não podem ser questionados.

As terapias de cura foram influenciadas pelos filósofos da Grécia antiga que já trabalhavam com sugestões, mas foram deixando-as de lado substituindo-as pelos metais magnéticos e pedras preciosas. Thales de Mileto era um entusiasta dos imãs por acreditar que ele dava a vida. Galeno os prescrevia para serem aplicados sobre os locais enfermos do corpo.

Avicena reformulou estas crenças dizendo ser possível atuar fisiologicamente através da imaginação, da palavra, da vontade, da persuasão. Segundo ele a cura é proporcional à crença e a fé.

​Paracelso acreditava muito no poder da intuição, imaginou forças magnéticas invisíveis que atuam sobre o ser, vindas dos astros. No equilíbrio estava a saúde, e no desequilíbrio dessas forças a doença, para isto usou metais magnéticos. Defendeu que a mente pode criar ou curar doenças através da fé e da imaginação, produzindo as curas através de danças, cantos, orações, rituais e palavras. Usava o recurso terapêutico que hoje conhecemos como hipnose.

Franz Anton Mesmer (1734-1815) teólogo, filósofo e médico, não se conformava com as ideias imperantes na época de que os demônios causavam as doenças, ele responsabilizou aos astros pela influência magnética sobre todos os corpos, ele encontrou o magnetismo animal que vá a possibilitar depois a compreensão do fenômeno da hipnose.

Colocava imãs no corpo dos doentes buscando a harmonização das forças em atuação, por meio da transferência de fluídos magnéticos através da imposição das mãos feitas sobre o doente que se cura. Ele transferia esse fluído para árvores, varinhas metálicas, espelhos, banheiras com água, cristais e outros elementos.

Em Viena, Mesmer passou a atender uma moça de 17 anos, cega desde os 4 anos de idade, filha de um funcionário público, o qual a submetia e ume relação incestuosa, enquanto recebia uma pensão vitalícia por causa da doença. Mesmer teve sucesso no tratamento e a moça voltou a enxergar.

Para não perder a pensão, o pai dela acusou Mesmer de ter relações sexuais com sua filha e o desafiou a duelar, a mãe teve um ataque e Teresa voltou a ficar cega. Assim a pensão continuou sendo paga e Mesmer teve que fugir a Paris.

Aplicando esses métodos obteve sucesso em muitas curas que chamaram a atenção, criou os passes magnéticos, cujo fim era harmonizar as energias do corpo.

Algumas pessoas exerciam o domínio sobre esses fluídos, produzindo no cliente em crise convulsões que facilitariam a cura. Não conseguindo atender mais um a um seus clientes, passou a usar a magnetização direta. De trinta a quarenta clientes se sentam ao lado de uma banheira circular, com garrafas cheias de água "magnetizada" com uma vara metálica no gargalo. Numa sala escurecida com uma música suave provocava convulsões terapêuticas nos seus clientes, que hoje entendemos como hipnose por sugestão indireta.

Um tribunal de científicos notáveis da época, entre os quais Benjamim Franklin foi chamado pela classe médica para combater o impostor, e quando fizeram às provas, nenhum deles sentiu nada, não se deixaram sugestionar e condenaram a prática como uma fraude, uma farsa, charlatanismo.

Mesmer deixou Paris e foi tentar a sorte em outros lugares, nunca foi reconhecido. Ele era sincero nas suas convicções, mais não conseguiu compreender nem explicar a verdadeira natureza do fenômeno produzido: a hipnose.

O Mesmerismo (ou magnetismo animal) ainda hoje é confundido com a hipnose. Para Mesmer a origem do fenômeno estava no sanador, e ainda confunde muita gente até hoje.

Puységur (1751-1825) nas suas práticas de magnetismo animal percebeu que alguns dos seus clientes entravam numa espécie de sono durante o qual se comunicavam de uma forma diferente ao normal, como se tivessem adquirido conhecimentos superiores á sua cultura normal, dando ao sanador dicas e caminhos para a cura. Puységur chamou isto de "sonambulismo artificial".

Buscando reproduzir os efeitos mesméricos (crises nervosas, convulsões histéricas, prantos e desmaios) verificou que o cliente agia em sentido contrário. Ele começou a fazer sugestões de paz, de repouso, de ausência da dor e o estado agradável após a hipnose. Juntou assim os passes e as sugestões. Organizou a forma de entender a hipnose e a suscetibilidade hipnótica em uso até hoje. Observou durante os transes muitos casos de telepatia e clarividência.

Um discípulo de Puységur, o Português das Índias Portuguesas, o Abade Faria, lançou a teoria da sugestão, demonstrou que hipnose não é sinônimo de sono, recomendava o relaxamento muscular, fitava firmemente os olhos e ordenava em voz alta: "DURMA!".

Estamos na presença do primeiro hipnotista, que percebeu o lado subjetivo do cliente, nada de eflúvios misteriosos, nem forças invisíveis, apenas sugestão, e psicologia.

Vestia-se de forma de chamar a atenção pelo absurdo, e teve muito sucesso em Paris, onde abriu uma escola de magnetismo. A classe médica iniciou uma perseguição mortal fraudando alguns casos de hipnose em público, um ator na hora indicada passou a gritar: "embuste", ficando assim desmoralizado ante o público.

Depois deste incidente foi preso por motivos políticos e morreu rico e esquecido na prisão, tornou-se o personagem de uma das mais famosas obras de ficção: "O Conde de Monte Cristo" de Alexandre Dumas.

Quando a Hipnose foi utilizada por primeira vez para fazer cirurgias sem dor?

O magnetismo ou Mesmerismo se espalhou pela Europa e começou a ser usado com sucesso na medicina, embora muito resistido pela classe médica, chamou a atenção por usar as técnicas magnéticas nas intervenções cirúrgicas com resultados espetaculares.

Naquela época ainda não existia qualquer tipo de anestésico, uma cirurgia era sempre a última alternativa a ser analisada, somente em casos extremos se operava e não se conseguia evitar a dor.

James Eisdaile esteve presente em campos de batalha da guerra da India, fazendo mais de três mil amputações e cirurgias, sem anestesia, e as pessoas se recuperavam com rapidez, sem infeções. Num campo de batalha, sem nenhum tipo de assepsia, usando os mesmos instrumentos para todo mundo, só podia estar acontecendo um fato sobrenatural, coisa do demônio. A medicina imperante na época falava de sacrilégio. Foi desacreditado e morreu no ostracismo.

Quem batizou a Hipnose?

O inglês James Braid, em 1841 foi o homem que marcou o fim do magnetismo animal. Como médico cirurgião começou a assistir espetáculos de magnetismo tentando descobrir a "fraude", depois de testemunhar vários sucessos, ele aceitou o fenômeno, mais não a teoria, a qual achou falha. Como cientista não podia admitir a explicação do fenômeno. Percebeu que estava presente o fenômeno da fascinação ocular, concluindo que a causa física do transe era o cansaço sensorial e visual.

​Passou a cansar os olhos da esposa e amigos e teve sucesso na criação do transe. Até hoje usamos esta técnica, o reflexo fisiológico do sono aparece quando os olhos cansam, olhares fixos ou movimentações anormais causam profundo desconforto que obriga o cliente a descansar fechando os olhos.

Daqui que vem a imagem do relógio de bolso, que era o objeto que ele tinha a mão na hora da sugestão hipnótica.

Num primeiro momento Braid pensou no sono, e cunhou o termo HIPNOSE (do grego HYPNOS = sono), logo mais percebeu o erro, não era sono, era alguma atividade similar ao sono, o que ele chamou de sono nervoso. Mas já era tarde para mudar o nome, e o termo hipnose perdura até hoje.

Continuando com suas experiências abandonou a ideia do cansaço visual ou da fascinação quando descobriu que conseguiu hipnotizar cegos, passou a dar maior importância às sugestões. Produzia amnésia, anestesia, catalepsia e alucinações sensoriais. Embora cientista de renome, foi resistido pela classe médica, mas a sua fama chegou a Paris, naqueles tempos a capital do hipnotismo.

Duas vias de acesso a Hipnose: sugestões e toques letárgicos

Em 1864 Liébault começa a aplicar a sugestão pura, o que deu a cidade de Nancy o ser conhecida como o berço da hipnoterapia ou capital do hipnotismo. A terapia se faz presente nas sessões de hipnose. A cura pela indução hipnótica com a técnica da sugestão. Médico simples do interior, propunha aos camponeses duas formas de atendimento: o convencional onde deve pagar, e gratuito se for com hipnose. Transmitia pela sua voz: confiança, segurança, convicção emocional, de maneira natural, falando devagar, pausadamente, com ritmo, entonação, melodia e ênfase nas palavras de valor sugestivo. Demonstrou assim a influência e a do psíquico sobre o físico.

​Bernheim foi discípulo de Liébault, sistematizou o relaxamento muscular progressivo, e incluí um item obrigatório no final da indução: sugestões pós-hipnóticas de cura e bem-estar.

Jean Martin Charcot, médico psiquiatra e neurologista, diretor do hospital de Salpetrière, em Paris, cuidava de pessoas doentes: "histéricos", pessoas com problemas de comportamento. Ele experimentou o magnetismo em três mulheres histéricas produzindo nelas estágios hipnóticos mais ou menos profundos.

Entendendo seu perfil de cientista psiquiatra foi ele quem montou a estrutura da neurologia, insistindo em que as reações que ele conseguiu nos seus clientes eram causadas pelo magnetismo animal. A escola de Salpetrière tornou-se antagonista da escola de Nancy, por defender que a hipnose pode ser produzida apenas por meios meramente físicos sensoriais, usando toques letárgicos aplicados em certos pontos do corpo ("Toques de Charcot"), e pensava que apenas histéricos entram em transe hipnótico.

Qual foi a experiência de Freud com a Hipnose?

Freud visitou as duas escolas nessa época, e foi com Charcot que teve algumas experiências que o ajudaram a desenvolver o método da psicanálise. Sentiu-se inseguro no uso da hipnose e por causa das resistências da classe médica preferiu se dedicar a interpretação dos sonhos e a livre associação de ideias para investigar o subconsciente.

Tipos de hipnose

HIPNOSE CLÁSSICA: segue um ritual preestabelecido

​HIPNOSE CINÉTICA: realizada através de sons, ritmos e danças - Xamãs - fins místicos e curas.

HIPNOSE NATURALISTA OU ERICKSONIANA: criada pelo psiquiatra Milton Erickson - abordagem indireta - abordagem de utilização sendo específica para cada cliente, com o auxílio de metáforas.

Aplicações da Hipnose

Na área médica - potencializando o medicamento, permitindo cirurgia sem anestesia química, eliminando dor, facilitando pós-operatório mais rápido, reprogramando a forma de falar do médico e dos clientes (sugestão).

​Na área odontológica - extração sem anestesia química, eliminando o medo de dentista, aceleração da recuperação de cirurgias.

Na área esportiva - com preparação de atletas para competições, eliminação de medos, potencializando resistência, reprogramando forma de movimentar-se.

Na área psicológica - eliminando traumas, potencializando bem-estar e estudos, tratamento de vícios, melhoria de desempenho.

Na educação - com superaprendizagem, aumentando a concentração e a memória, reduzindo estresse, se preparando melhor para as provas.

Na criminalística - desvendando crimes, localizando objetos, identificando pessoas, armas e veículos.

Na nutrição - o objetivo é conseguir pessoas mais saudáveis, reprogramando o subconsciente dos obesos utilizando a imaginação para reprogramar hábitos.

Na pediatria - ajudar a superar as dificuldades naturais da criança, uso da hipnopedia, e terapia.

No coaching - eliminando traumas com reprogramação mental, recuperando doentes, sugestionando e colaborando na melhoria nas áreas: pessoal, profissional e social. Alinhando a pessoa com seus talentos, impulsionando a mudança usando a técnica da compreensão, as sugestões e a auto-hipnose.

Mitos sobre a Hipnose

Hipnose não é o que assistimos no cinema, todo o contrário, nem o que podemos assistir no youtube.

Todas as pessoas são hipnotizáveis, embora algumas tenham maior dificuldade ou não se permitem.

Eis aqui alguns mitos:

A pessoa pode perder a consciência.

FALSO.

A pessoa ficará ciente do que acontece a sua volta e, ainda quem em estado hipnótico, pode ouvir, sentir, falar.

A hipnose enfraquece a vontade.

FALSO.

Os hipnotistas de palco gostam que a plateia acredite que ele tem o controle sobre a pessoa hipnotizada.

A hipnose realiza milagres.

FALSO.

Ela não faz milagres - é a união da motivação do cliente e o acesso a infinita sabedoria do subconsciente de cada um.

Dorme-se na hipnose.

FALSO.

Hipnose não é igual ao sono.

Hipnose é terapia.

FALSO.

Hipnose não é terapia, ajuda a acessar o subconsciente, por si só traz uma sensação de paz e bem-estar.

Regressão é hipnose.

FALSO.

Regressão é apenas um dos fenômenos que podem ocorrer durante a hipnose.

A pessoa pode não voltar do transe.

FALSO.

Se a pessoa adormecer, pode ser deixada descansando que vai acordar se sentindo muito bem

Hipnose como processo natural

Cada vez que prestamos atenção a algum elemento com foco nele, estamos hipnotizados. Passamos grande parte do dia hipnotizados, por exemplo por nossas crenças (cremos que o mundo é mau, que há ameaças por todo lado, que dinheiro é coisa suja, que nos falta alegria, pela novela na tv, pelo WhatsApp, pelas notícias, etc. etc.), e assim passamos pela vida sendo quem somos.

Cada um está hipnotizado pela história de sua vida e suas emoções.

Lembre quantas vezes dirigindo seu carro, o sinal fica vermelho e você freia, enquanto isso toca no rádio uma música muito agradável que te remete ao passado, a aquela pessoa que te fez tão bem com seus carinhos. Você está em pleno processo de regressão e nem percebe, a sensação é tão boa que você não presta mais atenção ao sinaleiro que agora está na luz verde; finalmente as buzinas te trazem de volta ao aqui agora. Viajando nessas lembranças perdeu a percepção de tudo o que estava acontecendo ao redor, isto é hipnose.

Em quantas ocasiões enquanto está lendo um livro interessante, ou estudando muito concentrado, ou assistindo um filme, acontece no mesmo lugar onde você se encontra algum fato ao qual você não deu atenção, isto também é hipnose.

Enquanto escrevo, um caminhão de bombeiros parou na porta da minha residência, por sorte era apenas uma inspeção de rotina. Na hora que escutei a sirene do caminhão, lembrei-me daquela vez na minha infância quando a casa simples de madeira de uma família vizinha foi consumida pelo fogo junto com todos os pertences deles; eu já estava lá no frio daquela noite percebendo o sofrimento e o medo do futuro daquelas pessoas, isto também e hipnose.

Segundo Grisa, Pedro A. Hipnose Humano-Pangrisiana & a reprogramação mental pela compreensão. Florianópolis. EDIPAPPI/LIPAPPI, 2013 pag. 46-47

[...] ao ler o capítulo sobre Auto-hipnose, no livro LIBERTE SUA PERSONALIDADE, de Maxwell Maltz, encontro a incisiva afirmação:

“Mais importante que hipnotizar as pessoas, é deshipnotizá-las”.

Vibrante e sonora exclamação ecoa pelas paragens interiores de meu ser:

“Perfeito! Perfeitíssimo! Eu tenho razão!…”

Do que eu tinha razão?

Há algum tempo que eu vinha afirmando que “Nenhum ser humano tem medo de sapo, avião, barata, elevador, ambiente fechado ou fantasma – argumentava eu – pois se alguma pessoa vier dizer-me que tem medo de sapo ou elevador não pode ser classificada como gente; pois é muita estupidez para ser gente.

Esta sábia reflexão nos conduz a perceber que vivemos hipnotizados pela dor em nosso corpo, que não permite ver a saúde; pelo sofrimento da morte que nos impede ver o bem-estar de quem fez a passagem; pelo sofrimento da separação amorosa que não deixa ver novas possibilidades de relacionamentos; pela crise econômica apregoada pelos noticiários que escondem a realidade de que atrás de cada crise existem inúmeras oportunidades.

A peessoa está hipnotizado pela crise, pelo não merecimento, pela falta de dinheiro ou de condições intelectuais e materiais para fazer a mudança.

É a mente subconsciente que dirige nossa vida, então é a ela que devemos nos dirigir. Já aprendemos que são os poderosos programas da mente subconsciente quem dirigem nossa vida, e que eles são programados por meio da repetição e da imaginação. A pergunta do milhão de reais: o que pensavam na tua casa sobre dinheiro, gerência e sucesso?

Hipnose é um estado que o ser humano vivencia de forma natural quase todos os dias. Nos estágios prévios ao sono, quando desconectamos nosso consciente entramos num estado de hipnose profunda.

No tratamento por meio de hipnose vamos a produzir o fenômeno hipnótico de forma artificial, induzindo o cliente ao estado de sonolência para poder acessar o subconsciente, e colaborar nas mudanças que sejam necessárias por meio da sugestão e da compreensão.

Neste processo de mudança é o próprio cliente quem determina as mudanças que deseja construir na sua vida. Temos então a versão do cliente que é o estado atual dele (o que registramos na anamnese), a versão que vamos construir a partir do momento em que começamos o processo de mudança.