Análise Parapsicológica do filme “Coringa” (The Joker)

Análise completa que verifica o impacto no comportamento das ameaças a sobrevivência.

TERAPIAPARAPSICOLOGIA

1/15/20245 min read

Coringa (the joker)
Coringa (the joker)

Fiquei fascinado pelo filme, embora violento representa do começo ao fim a análise de uma personalidade muito presente na nossa sociedade.

Em alguns momentos fica a sensação de que muitos dos fatos do filme ficam sem serem completamente esclarecidos (ele foi o não adotado? o tal de político influente era seu pai ou não? A mãe era doente desde sempre ou ficou assim sob comando do paradigma médico-psiquiátrico imperante?

Análise Parapsicológica do filme “Coringa” (The Joker)

Ele esteve realmente presente na plateia do show ou era delírio?). Não tem nenhuma importância se esses fatos são “reais” ou imaginários, visto que a mente subconsciente não faz distinção entre uns e outros.

Não podemos esquecer que este filme é uma celebração de outros filmes anteriores, com diversos lugares comuns que fazem o link com histórias de por si muito rendosas em termos financeiros, fazendo parte de momentos vivenciados por toda uma geração.

Também não devemos deixar de lado o momento político, no qual duas classes se enfrentam, uma na defesa dos seus direitos, e outra na proteção dos seus benefícios. Uma luta permanente na história do ser humano e que parece estar mas que presente hoje, na qual os paladinos defensores de cada um dos bandos que se enfrentam se autodeclaram “protetores”. O Coringa não está preocupado com ser líder, e ele se percebe nesse papel somente no final, surpreso com o grau de notoriedade que conseguiu.

Mas o que me chamou a atenção é o grau de acerto na construção do personagem, com as causas dos comportamentos alienados. O coringa não é alienado porque quer, ele age assim em resposta a ameaças que sua mente subconsciente percebe.

Deixe-me apresentar-me, sou Parapsicólogo Clínico do Sistema Grisa, e tanto eu como todos meus colegas de profissão costumam receber no consultório sujeitos com comportamentos muito semelhantes ao coringa. E são pessoas que não constituem ameaças a sociedade.

Devemos compreender que a mente subconsciente atua para proteger o corpo físico, e após cada ameaça a sobrevivência cria um programa de proteção. O programa básico busca afastar o indivíduo da ameaça, e seu registro básico é a raiva. Um registro secundário é a ansiedade extrema, por isso ele fuma incessantemente. Outro é o isolamento, por isso Arthur vive fora da realidade.

A sociedade não aceita Arthur, e ele não aceita a sociedade. Mas sabe que deve ter uma fonte de ingressos e aceita o trabalho como palhaço, no fundo ele deseja divertir as pessoas diminuindo o sofrimento.

A sua mente subconsciente guarda o registro de agressões tal qual o dia em que roubaram a placa com a qual trabalhava.

Perceba o movimento da mente subconsciente: afaste-se do perigo. Cada ameaça precisa ter uma resposta. E Arthur tem recebido ameaças desde que foi concebido. Embora grande parte das ameaças que recebeu foram registradas apenas na mente subconsciente, pois ele era muito criança e não tinha a função consciente ativa, podemos enumerá-las:

A) Concebido num relacionamento fora dos padrões, com um pai poderoso e não disposto a assumir responsabilidades por causa de sua carreira política. (Artur nasce sem a proteção necessária)

B) Filho (ou não) de uma mãe com profundas alterações emocionais, algumas das quais o impactaram na sua herança genética, e outras o afetaram ao longo da vida.

C) As ameaças a sobrevivência na infância (maus tratos, amarração ao radiador) o colocaram em guarda contra os perigos dos relacionamentos.

Assim, sem sabê-lo Arthur foi conduzido na vida pela mente subconsciente, a qual tentou de todas as formas afastá-lo desse mundo tão ameaçador.

Arthur apresenta comportamento depressivo, buscando apenas se proteger desse mundo que não o acolheu.

A forma básica de proteção da mente subconsciente é afastar o predador, e Arthur estava protegido, até que apareceu a arma...

Com a arma em mãos ele pensa em acabar com sua vida em forma teatral, mas essa ideia não cristaliza em sua mente subconsciente, embora volte com frequência ativada pelo gesto da vizinha.

E o registro de outras agressões explode quando a mente subconsciente não consegue afastar mais o perigo.

A mente subconsciente sempre tenta primeiro afastar o perigo; quando toda tentativa de resolver o problema pelo afastamento fracassa, parte para o ataque. E Arthur agora tem uma arma. Toda a raiva acumulada ao longo de sua vida frustrada se expressa agora com violência. Ele não sente remorso, afinal ele conseguiu afastar os agressores, agora ele é um psicótico, não tem sentimentos. O semelhante deixou de existir, somente a sobrevivência é necessária.

É quando o saco de maldades se abre que Arthur descobre quanto foi injustiçado na vida e num intento desesperado parte em busca de um abraço daquele que o trouxe a vida, recebendo em vez disso, um soco no nariz.

Acuado pelos erros cometidos, parte em busca de reparação das injustiças que foram cometidas contra ele. E o resto está no filme.

O perfil de justiceiro de Arthur não é por ele ser um paladino da justiça, e sim por apenas agir em proteção própria.

Nos raros momentos em que ele se sente livre, executa aquelas magníficas danças que constituem o momento da beleza artística do filme, como não se encantar com a dança do palhaço?

No final, o Arthur é vítima ou culpado? Cabe a cada um interpretar de acordo com seu ponto de vista.

Na sala do cinema uma garota jovem estava ao meu lado. Em cada cena na qual se revelava o sofrimento do Arthur ela chorava aos prantos, entrava em crises de rinites, sentia frio ou calor segundo suas percepções interiores, e tremia a cada instante nos momentos nos quais Arthur nos revelava seus sentimentos. Nenhum tremor percebi nela quando os assassinatos, ela sofria pela história dele.

Ficou claro para mim que essa história do filme era a história dela em alguns aspectos.

A causa básica de toda a problemática de Arthur e tantos outros é a decadência da família, a qual se apresenta como uma ameaça difícil de resolver para suas vítimas. E a sociedade em que se vive, na qual há tempo para poder atender apenas as necessidades próprias, deixando quem precisa de atenção de lado.

Arthur é louco? Ou é vítima?

Na essência, somos todos iguais, filhos de Deus, herdeiros da criação. Mas somos conduzidos pela vida pela mente subconsciente, e de acordo com as programações de defesa que ela manifesta, temos comportamentos “atrapalhados”.

Por isso, não perca a chance de reconhecer seu filho, da dar um abraço, de reatar uma amizade.

Meus parabéns aos atores, roteiristas e diretor do filme, achei um excelente drama psicológico, que convida a reflexão.